A alienação fiduciária, introduzida em 1965 e regulamentada em 1971 e 2002, é crucial no mercado de crédito brasileiro, especialmente para veículos, com procedimentos definidos pelo decreto-lei 911 e alterações posteriores.
A alienação fiduciária foi introduzida no Brasil por meio da lei 4.728/65, regulamentando seu uso como instrumento de garantia em financiamento de bens móveis, incluindo veículos. A prática se consolidou com a lei 5.741/71, que estabeleceu procedimentos para a busca e apreensão de bens móveis financiados com essa forma de garantia. Em 2002, o Código Civil Brasileiro (lei 10.406) introduziu regulamentações mais detalhadas sobre a alienação fiduciária, consolidando-a como uma das principais garantias no mercado de crédito. Em 2004, a lei 10.931 aprimorou a legislação, particularmente no que se revere a imóveis, mas com impactos na regulação de bens móveis.
Já os procedimentos de busca e apreensão de veículos com alienação fiduciária são regulados principalmente pelo decreto-lei 911/69, que foi amplamente alterado pela lei 13.043/14. Esta estabelece que, em caso de inadimplência, o credor tem direito a requerer judicialmente a busca e apreensão do veículo. O juiz, após analisar os documentos comprobatórios, pode conceder liminarmente a busca e apreensão, cujo cumprimento é executado por um oficial de justiça. O devedor terá um prazo de cinco dias para purgar a mora e recuperar o bem. Se não o fizer, a propriedade do veículo se consolidará em nome do credor.
Essa base legal tem contribuído para a expansão do mercado de crédito, alavancando a comercialização de bens móveis, particularmente veículos. Em paralelo, a expansão das vendas vem impondo novos desafios aos escritórios de advocacia especializados na recuperação de crédito e gestão de recebíveis, da mesma forma que aos departamentos jurídicos de bancos, fintechss e demais instituições financeiras, que passaram a adotar estratégias condizentes com as novas tendências. Assim, intensificaram investimentos em tecnologia e capacitação de equipes, particularmente para que a negociação de acordos continue prevalecendo sobre os litígios, sempre dentro dos parâmetros ditados pela LGPD.
Os resultados têm sido positivos. A integração de ferramentas tecnológicas e esforços humanos com elevada capacitação tem minimizado, gradativamente, o impacto financeiro da inadimplência e conferido maior agilidade aos processos de recuperação de créditos. Por outro lado, têm permitido que se utilizem com maior eficácia outros recursos, como, por exemplo, em caso de não pagamento, a busca e apreensão de veículos financiados com alienação fiduciária.
Tendências e cuidados
O sucesso das ações de recuperação de crédito, na nova realidade do mercado estabelecida no pós-pandemia, requer atenção holística a um vasto conjunto de fatores de interesse das organizaçõe credoras. O sdois principais são brevemente descritos a seguir.
Tecnologia, pessoas e integração entre esses dois fatores são as frentes que requerem providências, conforme se explica abaixo.
O instituto da alienação fiduciária, como instrumento de garantia para o financiamento de bens móveis, oferece vantagens ao credor, que tem a possibilidade, em caso de inadimplência, de retomar o bem sem necessidade de ação judicial. Ao mesmo tempo, dá mais agilidade ao mercado, pois o processo de financiamento é mais rápido e menos burocrático do que com o uso de outras formas de garantia.
Porém, na busca e apreensão de bens, alguns cuidados devem ser observados para que os direitos tanto dos consumidores quanto das instituições financeiras sejam respeitados:
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